A cidade de Paraty ficou muitos anos esquecida no tempo. Depois dos ciclos do ouro e da cana-de-açúcar a cidade foi abandonada, pois não havia nenhuma estrada em boas condições para quem queria chegar até a cidade. Somente na década de 1970 a cidade começou a se recuperar devido à abertura da rodovia Rio-Santos. A partir de então, o turismo passou a ser a principal atividade econômica da cidade.
Este longo período de esquecimento fez com que a cidade ficasse preservada como era nos céculos XVIII e XIX. As ruas do centro histórico eram calçadas com pedras irregulares, trazidas de Portugal como lastro nos barcos, que as deixavam em Paraty e voltavam carregados de ouro e outras mercadorias.
O calçamento das ruas era feito pelos escravos, que preparavam as ruas com enxadas e iam postando pedra por pedra, uma ao lado da outra. O calçamento permitia o tráfego de carroças, carros de boi, cavalos, burros mas também eram adequados para os pedestres, que assim não precisavam andar na terra e na lama quando chovia. O trabalho do calçamento era cuidadosamente bem feito e as pedras ficavam razoavelmente alinhadas. Porém em vários trechos as pedras tiveram que ser removidas para a instalação de esgoto e fiação elétrica e o trabalho de reposição não foi bem feito, deixando o piso mais irregular.
Porque o nome pé-de-moleque?
Algumas pessoas acreditam que o nome deste calçamento se origina da semelhança com o famoso doce de amendoim. Mas há quem argumente que a origem vem da forma como as pedras eram assentadas por “moleques” que iam apertando-as com os pés. Mas o fato é que este tipo de calçamento era muito utilizado em diversos pontos do Brasil. No Rio de Janeiro ainda existem diversos pontos com este calçamento preservado, assim como em várias cidades históricas de Minas Gerais. E o Caminho do Ouro, a estrada que trazia as riquezas de Minas Gerais rumo a Portugal também foi construída com o calçamento pé-de-moleque.
Dicas para circular pelas ruas do centro histórico:
Nas ruas do interior do centro histórico não circulam automóveis, e andar pelas pedras do calçamento pé-de-moleque realmente não é uma tarefa muito fácil. Portanto, aconselhamos andar de calçados com solado de borracha com boa aderência, de preferência de tênis. Nem pense em andar de salto alto! Além de muito deselegante, o risco de queda vai ser muito grande. As ruas possuem no centro uma linha de pedras alinhada mais plana. É o caminho ideal, principalmente por pessoas de mais idade. Se você consegue andar pelos lados com mais facilidade, procure deixar este caminho livre para quem tem mais dificuldade.
Mas certamente as ruas não são acessíveis para cadeirantes ou pessoas com necessidades especiais. Mas existem alguns caminhos que podem ser escolhidos para que estas pessoas possam conhecer parte do centro histórico. A Praça da Matriz possui um piso que foi refeito recentemente e permite a circulação de cadeirantes. Alguns caminhos ao lado da praça possuem parte do calçamento de terra, sem as pedras. É possível chegar de carro até as ruas que circulam o centro histórico. Próximo à ponte, atrás da Igreja da Matriz, há um trecho de rua sem pedras, que permite chegar até bem perto da praça. Desta forma, o cadeirante terá um pouco mais de facilidade para se locomover neste pedaço do centro.
Andando pelas ruas do centro histórico você pode imaginar como seria a vida na cidade nos tempos do Brasil colônia. O calçamento pé-de-moleque é mais um dos muitos atrativos de Paraty.
Para saber mais detalhes sobre a história de Paraty, você pode fazer um city-tour com a Agência Estrela Tours.